sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Polícia abate pelo menos 10 membros de grupo armado no norte de Moçambique

Autoridades perseguem membros do grupo de encapuçados que se estima ser composto por 30 elementos. A Polícia da República de Moçambique (PRM) já terá abatido pelo menos 10 membros do grupo armado que na última madrugada atacou três postos policiais no norte do país, disse à Lusa o porta-voz daquela força. Num ponto de situação feito à Lusa ao princípio da noite desta quinta-feira, Inácio Dina admitiu que os números "rondam" a dezena e que ainda se ouvem tiros, esporadicamente, em Mocímboa da Praia, palco dos confrontos.

Está em curso uma operação de reforço policial e perseguição aos restantes membros do grupo de encapuçados que a PRM estima ser composto por 30 elementos. Em conferência de imprensa da polícia, durante a tarde, o porta-voz havia referido estarem na altura contabilizados dois agentes e três membros do grupo mortos e outros dois atacantes detidos. Os detidos referiram que tinham como alvo a polícia, mas, segundo Inácio Dina, deram explicações "pouco perceptíveis" sobre as motivações e a organização a que pertencem. "O grande interesse neste momento é tentar perceber quem são os cabecilhas. 

Pela organização e pela forma como estão a fazer o desdobramento" de elementos no terreno, o grupo poderá estar ligado "a alguma estrutura operativa", acrescentou. Uma força policial de Pemba, capital provincial, 350 quilómetros a sul, deslocou-se para Mocímboa da Praia, bem como reforços de outros postos vizinhos, para tentar repor a normalidade, mesmo durante a noite e madrugada. "A força que foi enviada está estacionada em toda a extensão da vila" a procurar "repelir qualquer foco dos agressores" bem como perseguir outros que tomaram uma aparente rota de fuga. "Por terem armas de fogo, estamos também a responder com armas de fogo.

Os tiros podem ser ouvidos, mas de forma localizada, intermitente. Já não há a troca de tiros que se registou de madrugada e ao longo do dia", referiu. Na vila costeira de Mocímboa da Praia, esteve quase tudo fechado hoje. Fonte ligada ao sector bancário, disse à Lusa que os três balcões existentes na vila (Millennium BIM, BCI e Standard Bank) não abriram, apesar de permanecerem "intactos". Alguns residentes na vila explicaram à Lusa, via telefone e por mensagens, que estavam a optar manter-se em casa.

De acordo com Inácio Dina, o grupo atacou, quase em simultâneo, na última madrugada, o posto de Auazi, a 2.ª Companhia da Polícia de Protecção dos Recursos Naturais e Meio Ambiente e o Comando Distrital da PRM de Mocímboa da Praia. Usaram armas de fogo - tendo sido apreendidas duas metralhadoras automáticas - e catanas. A vila está a cerca de 100 quilómetros da fronteira com a Tanzânia.

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