quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

França proíbe uso de telemóveis nos intervalos das escolas

A partir de Setembro do próximo ano, o uso de telemóveis será proibido em todas as escolas primárias, básicas e secundárias de França. A medida foi anunciada este domingo por Jean Michel Flanquear, o ministro da Educação de francês, que explicou que para além de não poderem utilizar os aparelhos nas salas de aula (medida já existente) os alunos entre os 6 e os 15 anos de idade estarão também impedidos de usar ou sequer 'tocar' nos seus 'smart phones' durante os intervalos e pausas para almoço.

"Hoje em dia, as crianças já não brincam no intervalo porque estão todos de volta do seu 'smart phone'. Isso é um problema", sublinhou o governante, em declarações à rádio RTL. Apesar da medida entrar em vigor a partir do próximo ano lectivo, ainda não é certo como irá funcionar esta nova regra. De acordo com a imprensa francesa, as crianças poderão levar o telemóvel para a escola, no entanto, só estarão autorizados a utilizá-lo quando saírem do estabelecimento de ensino. "Estamos a trabalhar nessa questão, que achamos que pode funcionar de várias maneiras. Em alguns casos os telemóveis poderão ser necessários para fins pedagógicos ou para casos de emergência dos alunos, pelo que ainda não sabemos se os iremos ou não trancar", disse Blanquer. Para o ministro da Educação francês, esta é uma "mensagem de saúde pública para as famílias". "É importante que as crianças até aos sete anos não passem as horas que passam à frente dos ecrãs", explicou.

A futura implementação da regra já está a gerar alguma controvérsia entre os encarregados de educação e outros actores sociais ligados à educação. Uma das maiores associações francesas que representam os pais dos alunos franceses, conhecido como Peep, já veio impor a sua posição cética em relação à medida. "Imaginemos uma escola secundária com 600 alunos. Cada um deles coloca o seu telemóvel numa caixa? Como poderão ser armazenados em segurança? Como se procederia o processo de os devolver no final?", explicou o chefe da associação, Gerard Pommier, à imprensa francesa.

Esta opinião não é partilhada pelo Ministério de Educação, que acredita que será fácil a adaptação nas escolas a esta nova regra. "Nas reuniões do ministério, deixamos os telemóveis em cacifos trancados. Parece-me que é algo que qualquer grupo de humanos conseguem fazer, incluindo uma turma", disse Blanquer numa entrevista no de há dois meses. Esta medida já estava prevista no programa eleitoral de Emmanuel Macron, atual presidente da França.

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