quarta-feira, 27 de setembro de 2017

As mulheres já podem conduzir na Arábia Saudita

A Arábia Saudita anunciou esta terça-feira que vai passar a permitir que as mulheres possam conduzir, terminando com a polémica proibição que se tornou num símbolo global da repressão feminina naquele país ultra-conservador. A mudança vai ter efeitos já a partir de Junho de 2018, anunciou a televisão estatal, ao mesmo tempo que decorria um evento em Washington, que realçou os danos que a proibição provocou à reputação internacional do reino da Arábia Saudita, ao mesmo tempo que espera que a medida beneficie as relações internacionais com outros países. A Arábia Saudita é uma monarquia que segue a lei islâmica, assim como as deliberações de vários oficiais sauditas e representantes religiosos que, ao longo de dezenas de anos, basearam a proibição das mulheres conduzirem no facto de ser "inapropriado" e que os homens não saberiam como agir se vissem uma mulher a conduzir no carro ao lado. Outros oficiais sauditas argumentaram que permitir que as mulheres conduzissem levaria à promiscuidade e resultaria no colapso da família e até que o ato da condução danificaria os ovários das mulheres (sem no entanto ter apresentado qualquer prova desta afirmação).

Há muito que era pedido  levantamento da proibição, naquele que era o único país do mundo que ainda não deixava que as mulheres conduzissem. O processo de reforma foi levado a cabo nos últimos anos pelo príncipe Mohammed bin Salman, de 23 anos, que tem levado a cabo várias mudanças na lei saudita para melhorar o reino a nível económico e social. Em termos económicos, espera-se que a medida motive mais mulheres a trabalhar fora de casa, por não precisarem de contratar motoristas privados. Não está para já estipulado como vai ser feito o acesso às mulheres às aulas de condução, uma vez que as actuais infraestruturas não estão preparadas para dar resposta a um crescimento exponencial dos pedidos de cartas de condução.

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