segunda-feira, 8 de abril de 2019
Saiba o que é “kuru” a misteriosa doença dos canibais.
Em 1961, um médico
Australiano viajou até Papua-Nova Guiné e se deparou com uma doença misteriosa
chamada pelos nativos de “kuru”. Após anos de pesquisa, ele descobriu que o
mal, que até alguns pesquisadores começaram a acreditar se tratar de
feitiçaria, tinha relação com o hábito dos aborígenes de comer os corpos de
seus entes queridos já falecidos, o que é considerado por eles um ato de amor.
Ao
chegar à ilha vizinha, o Dr. Michael Alpers se deparou com uma doença que na
época já matava cerca de 200 pessoas por ano. O mal foi baptizado pelo povo
Fore como “kuru”, que significa “tremer” em seu idioma local. Os sintomas
envolviam, além dos tremores e espasmos musculares, intensa dor nos membros
superiores e inferiores, além de problemas de coordenação motora e dificuldade
para engolir.
Os nativos acreditavam
se tratar de feitiçaria, já que muitos dos doentes exibiam sorrisos e chegavam
a rir durante as crises, já que seu sistema nervoso estava sendo afetado. O mal
era tão inexplicável que até alguns pesquisadores começaram a considerar a
hipótese sobrenatural, mas tudo mudou quando o Dr. Alpers resolveu fazer uma
autopsia em uma menina morta pelo kuru.
Confira um vídeo gravado na década de 60, mostrando um dos nativos afectados pela doença:
A doença dos canibais
Ao
explicar para a família que ele teria que abrir o crânio do cadáver para colectar
porções do cérebro, Alpers ficou surpreso com a naturalidade com que os
aborígenes receberam a proposta. Isso porque, entre eles, o costume de se
retirar partes do corpo de entes queridos mortos, principalmente o cérebro, era
extremamente comum.
As
suspeitas do médico aumentaram com isso e foram confirmadas após testes
envolvendo os tecidos cerebrais colectados e transplantados em macacos nos
Estados Unidos. A doença degenerativa era resultado da prática dos nativos de
comer os mortos e poderia dizimar a raça inteira. Tudo surgiu a partir de um
caso isolado, que foi comido e continuou se espalhando e matando outras
pessoas, que também eram comidas.
Levou algum tempo para que o povo Fore de
Papua-Nova Guiné abandonasse as práticas de canibalismo. Para eles, comer o
ente querido morto era um ato de amor, afinal, era melhor ser comido por seus
parentes do que ser comido por larvas na decomposição do corpo.
Felizmente o kuru, a doença dos canibais, parou
de matar quando as práticas foram alteradas, mas doenças derivadas ou similares
causam medo na região até hoje, como na epidemia do mal da vaca louca, que
felizmente, não atingiu humanos, mas funciona de forma parecida com o kuru.
É possível criar um carro movido a água? Como funcionaria?
Um
carro movido a água parece algo saído da ficção, mas acredite, é bem mais real
do que parece. Alguns modelos de motores já foram desenvolvidos com o uso de
água, mas não como combustível. A água é usada na electrólise, uma reacção
química que pode impulsionar o motor, embora essa tecnologia ainda não tenha
sido tão explorada assim e precise de alguns aprimoramentos, é claro.
O primeiro motor de carro movido a água foi
criado bem antes do que se imagina, ainda em 1935, pelo inventor americano
Charles H. Garrett. Desde então, muitos outros protótipos já foram patenteados,
inclusive modelos brasileiros, mas nenhum deles usa a água como um combustível,
substituindo a gasolina ou o etanol. Na verdade, esses mecanismos funcionam com
base em uma reacção química. Trata-se da electrólise, que nada mais é do que
a quebra das moléculas de água, que acaba liberando hidrogénio, esse sim o
verdadeiro combustível. O problema desse sistema é que a queima do hidrogénio
resulta novamente em água, fazendo com que o motor gaste mais energia nesses
processos ao invés de economizar. Alguns testes estão sendo feitos, com o mais
promissor sendo o uso de Boro na electrólise, o que tornaria o processo mais económico.
Kits de hidrogénio são vendidos no Brasil para serem usados em conjunto com o
combustível normal, prometendo gerar grande economia para o usuário. Acontece
que não só a economia é pouca ou inexistente, mas o kit também é considerado
ilegal no país.
Toyota Mirai
Até mesmo grandes montadoras levam o
conceito de carro movido a água a sério, embora com algumas adaptações. É o
caso do Mirai, lançado pela japonesa Toyota em 2014. Ele não roda a base de
água, mas seu motor é abastecido por hidrogénio, obtido através do processo de electrólise,
porém feito de forma mais inteligente.
No caso do Toyota Mirai, a electrólise
não é feita dentro do próprio motor, que não chega a ter contacto com a água. O
processo é todo realizado em usinas e laboratórios específicos e o hidrogénio
resultante é colocado no tanque de combustível.
É uma ideia ainda simplista dentro do conceito, mas conforme as
pesquisas com o Boro começarem a apresentar resultados, novos modelos e outras
montadoras devem se interessar em fabricar carros movidos a água.